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domingo, 23 de fevereiro de 2020

DELÍRIO


Perco-me e me encontro outra vez
apesar de tanta perda e dor
em cada momento de desespero
quando as palavras emudecem
tornando o silencio tenebroso 
que se alimenta de mistério
e teima em jamais me pertencer.
Me encontro de novo no infinito
meus olhos contemplam com doçura
e se estendem em plena harmonia
pelos momentos infindáveis 
de muitas lembranças passadas
trazendo novas esperanças,
nuvens no céu a se espalhar
modelei meus sonhos de dourado
com tanto prazer ansiado
e com tanta alegria sentida
com muitos gestos de carinho
no orvalho das madrugadas insones
e nas noites sem arrimo
nas palavras ditas em delírio
quando os dias eram povoados
os galhos nas árvores balançam
com o vento das noites sem abrigo.

© Geraldo de Azevedo

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