1.
Data de nascimento
Oficialmente,
Fidel nasceu em 1926. Mas pesquisadores dizem que ele veio ao mundo
um ano depois, em 1927.
Mario
Beira, autor do livro Fidel Castro Ruz: Um Estudo Psicanalítico, é
um dos que argumentam que o pai de Fidel, Ángel Castro, mudou sua
data de nascimento para que o menino pudesse pular do terceiro para o
quinto ano e, com isso, cursar uma escola secundária.
Outros
sustentam essa teoria com declarações que a mãe do líder cubano,
Lina Ruz, e seus irmãos deram à imprensa estatal nos primeiros anos
da revolução, assim como dados recolhidos pelos primeiros biógrafos
locais.
Em
1977, a jornalista americana Barbara Walters perguntou a Fidel em que
ano ele havia nascido.
"Fico
com a data menos favorável", respondeu o líder cubano.
2.
Nome
Oficialmente,
seu nome era Fidel Alejandro. Mas quem teve acesso às suas certidões
de nascimento ─ que são várias, devido à condição original de
filho ilegítimo, posteriormente regularizada ─ assegura que ele
teve outros nomes.
A
historiadora brasileira Cláudia Furiati foi a primeira a documentar
o assunto. No livro "Fidel Castro: A História me Absolverà",
publicado em 2003, ela diz que, em sua certidão de batismo de 1935,
Fidel está registrado como Fidel Hipólito Ruz González.Já a de
1938, consta outro nome: Fidel Casiano Ruz González.
E,
finalmente, em 1941, quando foi reconhecido, o líder cubano passa a
se chamar Fidel Alejandro Castro Ruz, nome pelo qual ficou conhecido
até hoje.
Sobre
o assunto, Fidel disse apenas que "em 13 de agosto [dia de seu
aniversário] é o dia de São Hipólito Casiano, mas me deram o nome
de Fidel por causa do homem que ia ser meu padrinho".
3.
'Fortaleza'
"Punto
Cero" é o nome que os serviços de inteligência cubanos dão a
Jaimanitas, como é chamada a residência de Fidel em Havana, por
décadas cercada de mistério.
A
primeira vez que o público viu registros do interior da casa foi em
2001, quando Dashiel Torralba, ex-namorada de um dos filhos do líder
cubano, fugiu de Cuba e entregou um vídeo caseiro à rede de TV
americana Univisión.
Situada
em um subúrbio de Havana, em uma área onde antes se localizava um
campo de golfe, trata-se de uma construção em forma de ferradura,
ao redor de uma piscina.
O
vídeo de Torralba mostra um longo corredor exterior, um amplo jardim
com alguns brinquedos, uma cozinha com revestimento de aço
inoxidável e uma mesa de jantar com oito cadeiras e uma TV, sem
muitos luxos.
Na
ocasião, o então vice-presidente, Carlos Lage, classificou a
exibição do vídeo como uma "baixeza repugnante". Mas
depois que Fidel deixou o poder, em 2008, os controles foram
relaxados e algumas personalidades ganharam acesso à residência do
líder cubano.
Em
janeiro de 2014, por ocasião da cúpula da CELAC (Comunidade de
Estados Latino-
Americanos e Caribenhos) realizada em Havana, vários
presidentes visitaram Fidel em sua casa. As fotos distribuídas por
agências de notícias mostravam o líder cubano e seus convidados na
varanda com cadeiras de balanço de vime simples.
Uma
reportagem do jornal britânico "The Guardian" acrescenta
que a "casa modesta" conta com dois andares e quatro
quartos, enquanto que o diário Telegraph, também do Reino Unido, a
descreve como uma construção "bem equipada" que
constrasta com "a imagem de austeridade exigida dos ministros
cubanos".
4.
Fortuna
O
patrimônio de Fidel é um assunto espinhoso, que divide
correligionários e detratores.
A
revista americana "Forbes" passou a incluí-lo em sua lista
de mais ricos a partir de 1997. Em 2006, último ano em que figura na
compilação, o líder cubano aparece com uma fortuna de US$ 900
milhões (R$ 3,1 bilhões).
A
cifra se baseia em seu "poder econômico sobre uma rede de
companhias de propriedade do Estado".
Fidel
classificou a avaliação da "Forbes" como uma "mentira
repugnante".
Outros
acreditam que sua fortuna pode ser ainda maior. Segundo eles, o
patrimônio do líder cubano está seria parte das chamadas "Reservas
do Comandante", que inclui contas bancárias, negócios e
propriedades dentro e fora de Cuba.
5.
Com que roupa?
Desde
o início da década de 50, Fidel Castro não era visto em público
senão com vestimenta militar.
"Com
o uniforme não tenho que pôr gravata todos os dias. Evita o
problema de que roupa vou usar, que camisa, que calças", disse
Fidel ao jornalista espanhol Ignacio Ramonet.
Em
1994, por sugestão do amigo, o escritor colombiano Gabriel García
Márquez, experimentou usar uma camisa informal conhecida como
"guayabera", na Conferência dos Não Alinhados, segundo o
documentário Fidel, A História Não Contada, da cineasta cubana
Estela Bravo.
Naquele
mesmo ano, começaria também a vestir-se de terno.
Depois
de uma cirurgia em 2006, a saúde fragilizada o levou a um estilo
mais informal: calças e casaco esportivos. Razão pela qual a
revista americana "Time" o incluiu em uma lista recente de
governantes mais malvestidos do mundo.
E
sua famosa barba? Começou a usá-la ainda nos anos 50 e nunca a
abandonou.
6.
Mulheres e filhos
Fidel
Castro gozava de fama de mulherengo e até hoje não se sabe quantos
filhos o líder cubano teve.
Em
seu livro "Without Fidel" (2009) (Sem Fidel, em tradução
livre), a jornalista americana Ann Louise Bardach disse que o total
chega a 11, entre legítimos e ilegítimos.
Fidel
se casou em 1948 com Mirta Diaz-Balart, jovem de uma família
abastada, que conheceu nos tempos de estudante. Com ela, teve um
filho: Fidel, conhecido como Fidelito, que chegou a se encarregar do
programa nuclear cubano.
O
casamento acabou em 1955 e, segundo Bardach, no ano seguinte, teve
três filhos de três mães diferentes.
A
mais famosa é Alina Fernández. Sua mãe é Natalia Revuelta, uma
jovem da alta sociedade que defendeu ardorosamente a revolução.
Alina, por outro lado, fugiu de Cuba em 1993 e se tornou uma das
maiores críticas do regime.
A
menos conhecida é Panchita Pupo, cuja existência foi revelada por
Bardach há alguns anos. Por último, nasceu Jorge Ángel, filho de
María Laborde, uma admiradora que Fidel conheceu ao sair da prisão.
Em
seguida, o líder cubano teve cinco filhos com a companheira de longa
data, Dalia Soto del Valle, uma professora de escola que ele conheceu
durante as campanhas de alfabetização dos anos 60: Alexis,
Alexander, Antonio, Alejandro e Ángel.
Fidel
só se casou com Dalia em 1980. Mas foi apenas em 2003 que o rosto
dela se tornou conhecido em todo o país, durante uma transmissão da
TV estatal.
"Enquanto
não era um pai de estilo afetuoso, Fidel cumpria com suas obrigações
e mantinha um olho ─ ainda que distante ─ sobre o clã.
Sustentava financeiramente todos os filhos e garantia que todos
teriam oportunidades", escreveu Barach.
A
jornalista inclui outros herdeiros não confirmados, como um homem
chamado Ciro Redondo, que teria sido fruto de uma breve relação do
líder cubano. E em 2007, uma desertora dos serviços de inteligência
disse ter dado à luz a outro filho de Fidel nos anos 70.
7.
Paixão por esportes
Sua
paixão por beisebol era conhecida do público. Alguns dizem que ele
teria chegado, inclusive, a realizar testes para jogar com um dos
mais famosos times do mundo, o New York Yankees, da Liga Profissional
Americana (MLB). Outros acreditam que tudo não passou de mito.
"Em
um país como Cuba, onde a cobertura dos esportes era ampla e
completa (…) não há nenhum registro de que Fidel Castro tenha
jogado, e muito menos de que tenha sido estrela de alguma equipe",
escreveu o professor da Universidade de Yale Roberto González
Echevarría em seu livro "Uma história do beisebol cuban"
(1999)
Fidel
também gostava de pescar em alto mar.
O
líder cubano nutria ainda uma paixão pelo basquete. Em 1991, quando
a seleção brasileira feminina de basquete derrotou a cubana na
final do Jogos Pan-Americanos de Havana, o líder estava no estádio
e chegou a brincar com as duas principais jogadoras brasileiras,
Paula e Hortência, dizendo que não iria dar as medalhas de ouro
para elas na cerimônia de premiação.
8.
Gosto por charuto
Reza
a lenda que o famoso charuto Cohiba foi inventado pelo amigo de um de
seus guarda-costas, Eduardo Rivera Irizarri, especialmente para
Fidel, em meados dos anos 60.
O
líder cubano acabaria por abandonar o hábito em 1985, por razões
de saúde. Seu único contato depois dessa data foi quando
autografava caixas destinadas a celebridades "em benefício da
saúde pública de Cuba".
9.
Boa sorte
"Se
sobreviver a tentativas de assassinato fosse uma modalidade da
Olimpíada, ganharia medalha de ouro", disse Fidel em certa
ocasião.
"Ele
tem uma sorte que pode ser confundida até com algo sobrenatural",
disse à BBC Mundo, em 2010, o pesquisador espanhol Luis Adrián
Betancourt, autor de um livro sobre o assunto.
Além
disso, Fidel era conhecido por sua incrível memória.
"Sempre
houve um lado esotérico em Fidel, alimentado naturalmente pelas
religiões afrocubanas", esreveu a autora Georgie Anne Geyer no
livro "Guerrilla Prince: The Untold Story of Fidel Castro"
(O Príncipe da Guerrilha: A História Não Contada de Fidel Castro,
em tradução livre).
Um
episódio, ocorrido em janeiro de 1959, quando Fidel se dirigiu ao
povo cubano após vencer a revolução, é citado com frequência.
Em
uma das partes mais apaixonadas de seu discurso, uma pomba branca
pousa em seu ombro. O incidente foi interpretado como um sinal de que
ele era "o escolhido".
10.
Lado artístico
Antes
de chegar ao poder, Fidel Castro teria participado de pelo menos duas
produções de Hollywood como figurante (durante seus anos de
estudante): o musical "Holiday in Mexico" (1946), e a
comédia "Easy to Wed" (1946).
O
número de filmes, documentários e séries de que participou
totalizam 48.
Mas,
de acordo a escritora americana Alice Walker, Fidel Castro não sabia
dançar nem cantar.
Já
o artista cubano Compay Segundo discordava. Segundo ele, o líder
cubano gostava muito de cantar.
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